Produção da Candeeiro Records, selecionado pelo Programa Petrobras Cultural, ele bem que poderia estampar na capa o nome do time de artistas reunidos para imprimir sua visão sobre o frevo. Mas, com encarte modesto e de bela arte de Valentina Trajano, ele deixa a surpresa como elemento fundamental para quem, por acaso ou intencionalmente, passar o ouvido por alguma das 14 faixas do repertório. É o tradicional frevo de Capiba, Luiz Bandeira e Aldemar Paiva, apresentados pela Orquestra Imperial, Mundo Livre S/A, Eddie, China, Siba e a Fuloresta, Erasto Vasconcelos, Edu Lobo, João Donato, Isaar, Cordel do Fogo Encantado, 3 na Massa, Flor de Cactus e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH).
A modéstia faz parte da fórmula de sucesso do disco. Esteticamente é puro frevo e alguns dos arranjos sequer foram alterados. Mas cada um dos artistas o executou da forma que costumam fazer naturalmente em suas músicas autorais. Alguns resultados sequer soam diferentes, como o “Cabelo de Fogo”, da OPBH, que ganha um divertido trecho “a capella”; mas outros soam totalmente renovados, com fôlego contemporâneo que dá gosto de ouvir mesmo fora de época. Caso de “Oh, Bela!”, em versão minimalista por China e Sunga Trio (Chiquinho e Felipe S, do Mombojó, com Homero Basílio) e “Os Melhores dias da Minha Vida” com Siba, Biu Roque e os comparsas da Fuloresta.
O projeto tem produção do baterista da Nação Zumbi, Pupillo, mas a forma de gravação foi não-linear, com os músicos convidados gravando em estúdios diferentes. Esse modelo de quebra-cabeça acaba dando ao formato canção uma importância superior ao conceito de álbum. Funciona bem como conjunto, mas também e principalmente nas faixas como experiência individual. Pincelada do restante, a voz de Céu em “Frevo da Saudade” com os 3 na Massa traz uma elegância que, por exemplo, não é percebida na versão rápida e festiva de “É de Fazer Chorar” tocada pela banda Eddie. São dois momentos distintos, apenas sob um mesmo mote. Ela encontra par igual em Isaar de França com “Páraquedista”, enquanto eles combinam com “Só presta Quente”, em versão de Ortinho.
Presente em praticamente todas as faixas, o maestro Spok serviu como fio condutor entre artistas tradicionais como Erasto em “Papel Crepon” e mais novos, no já citado exemplo de China. Responsabilidade que ele assume sem exagerar nos metais de todas as músicas, como se fosse um supervisor, representante do frevo, garantindo que tudo saia como adequado. Cuidado que ele descarrega nas instrumentais “Fogão”, de João Donato e em “Cabelo de Fogo”. Essas duas, com a versão mais distinta de “Isquenta Muié”, com a Flor de Cactus, completam o “Frevo do Mundo”.
01-Eddie - é de fazer chorar
02-João Donato - fogão
03-Céu e 3 na Massa -frevo da saudade
04-Mundo Livre SA - metendo antraz
05-Orquestra Imperial - o dia vem raiando
06-China e Sunga Trio - Oh, bela!
07-Ortinho - só presta quente
08-Siba e a Fuloresta - os melhores dias de minha vida
09-Cordel do Fogo Encantado - saudade
10-Isaar de França - paraquedista
11-Flor de cactus - inquenta muié
12-Edu Lobo - Recife (frevo n.1)
13-Erasto Vasconcelos - papel crepon
14-Orquestra Popular da Bomba do Hemetério - cabelo de fogo
3 comentários:
Será que poderiam repostar o link para o download. Esse já não funciona mais.
Obrigado
PARABÉNS A TODOS QUE FAZEM O BLOB, SHOW DE BOLA.
O link pra download está escondido. Só consegui visualizá-lo através do Código-Fonte da página. Poderia corrigi-lo? Aí vai o link: http://rapidshare.com/files/126290940/frevo_do_mundo_musicaemusico.blogspot.com.zip.html
Abraços,
Postar um comentário